Algumas pessoas tem um comportamento interessante: querem ser bem tratadas, mas não fazem muita questão de agradar. Querem fazer sucesso, mas não sabem aproveitar as oportunidades que aparecem. Querem encontrar alguém legal, mas estão sempre fechadas no próprio universo. Querem mudar de vida, mas não tem coragem de tentar e passam a vida reclamando.
Em suma, as pessoas acham que simplesmente, pela dádiva de existir, são merecedoras de toda a alegria e amor. Se os outros se afastarem ou se algo der errado, a culpa é do outro, claro!
Enxergam com desconfiança as pessoas promissoras, que buscam maior crescimento e reconhecimento profissional. Costumam procurar algo de corruptível em pessoas ricas, como se honestidade e humildade fossem sinônimos de pobreza.
Sentem-se injustiçados, por não encontrarem o predestinado de suas vidas e não fazem a menor questão de conhecer alguém realmente, de abrir os olhos ao redor, de verdadeiramente amar a vida, as pessoas e os encontros; veem defeito em tudo e valorizam os detalhes mais superficiais e instáveis do outro, como estética e dinheiro.
Não investem no casamento ou numa mudança, preferem viver reclamando de seus companheiros, como se fosse sempre o dever do outro a atenção, o amor, o carinho, a compreensão...
Costumam julgar pessoas que fazem coisas inusitadas, que são admiradas, bem amadas, bem faladas, que buscam harmonia em seus ambientes e são agradáveis com as pessoas no geral. Consideram-nas falsas ou malucas.
Parece exagerado? Não, percebo isto em muitas pessoas; com gestos, comentários e atitudes. E digo mais, em pessoas que se lerem este texto não irão se reconhecer, porque se habituaram tanto em serem assim que nem percebem.
Sempre é tempo de despertar para a vida, para o que está errado, para o seu real desejo; o que você quer da vida, realmente? (Será que é isto mesmo que quer? O que está fazendo em prol disto?)
Abra sua mente, seu coração e apure seus sentidos. Trate os outros, como gostaria de ser tratado. Se o que pensou for desagradável, só se manifeste se notar que fará algum bem para o outro e não pelo prazer de ser desagradável. Ame verdadeiramente. Doe-se.
Daniella Salgado, psicanalista em formação, professora e enfermeira.