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Psicanálise em prosa e verso - Psicanálise clínica

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Sobre Rachel Sheherazade

10/02/2014 19:42

Eis que surge mais uma polêmica na atualidade: o jornalismo de Rachel Sheherazade. Jornalismo? Não, acho que o que existe é alguém dizendo o que pensa atrás de um diploma de jornalismo e de uma rede de TV - que ganha ibope com a polêmica. De toda forma, vamos ser sinceros: a moça fala muito bem.

Fala bem porque sabe insuflar um povo já cansado da luta, de ver notícias ruins, a impunidade reinando e pessoas fúteis sendo idolatradas...   Seu texto nada mais é que uma catarse individual onde só existe o julgamento de valores dela mesma.  Bingo!

Essa moça e as pessoas que concordam com ela provavelmente acreditam estar vivendo em um caos tão grande que não se consegue achar solução mais eficiente do que a velha saída fácil: a segregação dos que incomodam - que tal queimá-los na fogueira? - consigo imaginar o tamanho da multidão que se juntaria para vê-los queimar: as mesmas que dizem em vozes fervorosas que “bandido tem que morrer”!

“Quem sabe não exista um jeito menos trágico, Rachel? Quem dera se as pessoas resolvessem adotar crianças necessitadas (talvez não virassem bandidas), quem dera se nossas leis realmente funcionassem: lá fala sobre o direito a educação e a saúde e do dever do estado. Quem dera Rachel, se todas as pessoas respeitassem as diferenças e escolhas de cada um. E você sabia que cadeia foi inventada para ressocializar o indivíduo infrator? E não só para punir?” Poderia indagar eternamente sobre o que é mais óbvio: para acabar com a bandidagem é necessário muito amor e paciência. E isso dá muito trabalho - coisa que as pessoas não querem muito, elas só sabem reclamar. E quanto mais o tempo passa e nada se resolve, mais revoltadas as pessoas ficam. Porque desabafar em rede nacional, na mesa de bar, entre amigos e família... Só melhora no sentido de extravasar, ou seja, a melhora é individual.

Por isso não acho que Rachel deva ser silenciada. Sou sempre favorável à expansão de si para o mundo, a fala, o sentimento - a maneira como cada um enxerga o mundo é muito interessante e deve ser estimulado. Negar? Reprimir? Para que? Para que o mundo não saiba o que ela pensa? E que alguns concordam? Mas uma coisa é indubitável: Rachel é apenas uma apresentadora de TV e não uma jornalista de verdade. Portanto para os que têm esperança em um mundo melhor, só existe algo a dizer: sejam seletivos com o que leem e assistem.

Daniella Salgado, psicanalista em formação, professora, formada em enfermagem.